book
O objetivo desta publicação é, pois, documentar de modo mais integral, as etapas que constituíram, um projeto inaugural a funcionar como caixa de revelação para a ativação futura de acervos de arquitetura.
O presente volume da coleção Pure Print, dedicado à diazotipia, coloca em cima da mesa a possibilidade de uma permanência de uso para o papel heliográfico amoniacal. A partir de projeto de prospeção “Ozalid: entre cópia e original”, procuramos observar a variedade de materiais sensíveis à luz no passado comercializados como produtos úteis a ateliers de arquitetura, engenharia e empresas de todos os tipos; constatamos como em acervos da Fundação Marques da Silva, abundam as impressões com os suportes de papel mais comuns, e como nestes, as cópias rapidamente se convertem em originais suporte de pensamento e simulação de projeto; dialogamos com os utilizadores do passado e identificamos empresas que continuam a comercializar estes papéis fotossensíveis na europa; recriamos os métodos de processamento construindo dispositivos artesanais ou usando os equipamentos originariamente usados em ateliers de arquitetura; verificamos a sua relação convencional com um conjunto de instrumentos de desenho, como escantilhões, tira linhas e papéis translúcidos habituais no desenho técnico; aventuramo-nos a recriar emulsões para produzir novos papéis com o suporte da FCUP; e em todas as etapas, compreendemos porque, como processo de cópia, gozou de uma vulgarização perdida. Por isso, as etapas de trabalho deste projeto, surgem aqui recriadas nos seus vários cenários. Para lá de uma análise do impacto da diazotipia na reprodução da imagem, objetiva-se um conhecimento consolidado pela experiência prática do recurso à instrumentação presente nos processos reprográficos, a sua valorização e reconhecimento, e equaciona-se a sua permanência de uso numa prática artística contemporânea. O objetivo desta publicação é, pois, documentar de modo mais integral, as etapas que constituíram, um projeto inaugural a funcionar como caixa de revelação para a ativação futura de acervos de arquitetura.
Subscrevendo uma conceção dinâmica de património, a equipa de investigadores, assume como sua missão mobilizar o conhecimento do passado pela reconstrução tecnológica e ensaiar uma compreensão e construção informada do futuro através da prática artística. Nela se inclui a identificação de espécimes em acervos documentais, o estudo e diálogo com arquitetos, arquivistas, desenhos, espaços, maquetas, fotografias e documentação de projetos até ao formato micro-residência, última etapa a propor uma especulação criativa mais interventiva.