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Somos herdeiros de um passado vinculado a um poder masculino sobre tudo, sobre a feminilidade e a natureza, como nos veio dizer Irmgard Emmelhainz, na sua apresentação intitulada “Capitalism and the Death Drive: Masculinity and Self-Destruction”, agora publicada numa tradução para português, “Capitalismo e Pulsão de Morte: Masculinidade e Autodestruição”.
Adormecemos com facilidade no quotidiano que se nos oferece na academia, também nas belas artes, enredados pelo que está estabelecido, adormecido e tornado rotina, sem questionar o que pensamos e fazemos, sobre o que se oferece de possibilidades de futuro a quem se ilude com uma formação artística que não comporta a complexidade da presença da arte na contemporaneidade, numa sociedade que se afunda confortada na lama que vai produzindo.
Somos herdeiros de um passado vinculado a um poder masculino sobre tudo, sobre a feminilidade e a natureza, como nos veio dizer Irmgard Emmelhainz1, na sua apresentação intitulada “Capitalism and the Death Drive: Masculinity and Self-Destruction”, agora publicada numa tradução para português, “Capitalismo e Pulsão de Morte: Masculinidade e Autodestruição”.
“A história da civilização moderna estabeleceu-se a partir do princípio de infinita expansão da potência masculina sobre a mulher e a natureza. A modernidade alicerçou-se numa ideia totalmente agressiva e masculina de poder enquanto capacidade humana para moldar e sujeitar a natureza, o corpo das mulheres e as populações originárias e seus territórios”.
A presente publicação desta apresentação, passada a texto, apresenta-se como contributo para evidenciar a pertinência subversiva de uma das vozes convidadas que nos oferecem as suas experiências e pensamentos, permitindo escutas que questionam e atacam a estabilidade acomodada, plantando possibilidades estimulantes em cada um para se refazerem os rumos e as práticas. Estas presenças de vozes convidadas, acontecem em raros momentos, pouco frequentados, quer pelas agendas repletas e distraídas em outras atenções, quer pela desatenção e desinteresse reinante de nos deslocarmos para além de nós próprios.
José Carlos de Paiva
2023
A série ‘Desajustados, Coleção de Textos Falados’, que o i2ADS edições publica, por iniciativa do IDENTIDADES_coletivo de ação/investigação, assumida numa forma informal e selvagem, apenas pretende espalhar na forma escrita alguma das oralidades oferecidas em eventos diversos que a FBAUP e o movimento intercultural IDENTIDADES acolheu e que assim sobrevivem ao esquecimento. Outros números surgirão.