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Derivas #7

O presente número, à semelhança de dois números anteriores, resulta de edição coletiva por estudantes e docentes, sobretudo no âmbito de desafios lançados na Unidade Curricular de Seminário de Escrita Científica. Este Seminário, que abre o segundo ano curricular do Programa Doutoral, assume-se como um laboratório de escrita, em que de um projeto se procura chegar a um problema mais pequeno da investigação.

  • Edição
  • Cat Martins, Tiago Assis
  • Ano
  • 2023
Derivas #7

Editorial

E no número sete, a Derivas começa de novo

Diz-se que o número sete significa conclusão cíclica e renovação. Pois bem, não havia número melhor para esta transformação. Com este número sete da revista Derivas – Investigação em Educação Artística, inaugura-se uma transformação na equipa editorial e apresenta-se um outro horizonte para a revista. À anterior equipa editorial, composta por José Paiva e Cat Martins, a presente equipa agradece o esforço depositado na criação desta revista e na organização dos seis números anteriores. O esforço colocado nessas publicações e o espaçamento entre elas derivou da inexistência de uma equipa profissionalmente dedicada à edição e revisão. Nesse sentido, é necessário endereçar também um agradecimento às diversas pessoas que voluntariamente se prontificaram a escrever, editar, rever, fazer o design de cada publicação:

Roberto Correia, Magda Silva, Ana Sofia Reis, Joana Vale, Tiago Pinho, Ana Cachucho, André Alves, Fabiano Ramos Torres, Marie Fulková, Catarina Almeida, Denilson Rosa, Natalia Calderón, Susana Fernando, Eduardo Morais, Fernando José Pereira, John Baldacchino, Dennis Atkinson, Ana Luísa Paz, Helena Cabeleira, Henrique Vaz, Marta Terra, Margarida Dourado Dias, Ana Cristina Dias, Madalena Wallenstein, Ricardo Pistola, Susana Ribeiro, Mário Azevedo, Rui Leite, Marta Coelho Valente, Daniela Rosário, Pedro Brochado, Lara Soares, João Franco, Rita Rainho, José Paiva, Neus Lozano Sanfèlix, Cat Martins, Tiago Assis, Caroline Biscaino Melo, Cristianne Melo, Ana Pereira, Anna Carolina Cosentino, Selda Soares, Beatriz Duarte, Ingrid J. Benítez, Salomé Corte-Real, Victor Sala, Paulo Nogueira, Ilda Sousa, Amanda Midori, Gabriela Carvalho, Eduardo Lichuge, Célia Zandamela, Celeste Fortes, Bruno Sena Martins, Fabiana Vencezlau, Jair Pinto, Manuel Fortes, Elisangela Monteiro, Carlos Santos, Valdemar Lopes, Marcos Bonifácio, Rodrigo Cordeiro, Maria Suzete Bila, Inês Barreira, Valentina Pereira, Lurdes Gomes, Cristiana Santos, Raquel Boavista, Sofia Azevedo, Sofia Ferreira e Flávia Lira.

Se esse trabalho nem sempre foi fácil, revelou, contudo, que o trabalho coletivo e colaborativo pode resistir a lógicas mais institucionais. Com isto, não queremos dizer que aceitamos a dificuldade de não ter pessoas com remuneração, especificamente dedicadas a trabalhar nesta revista, mas tão só que esses seis números anteriores nos ajudaram a perceber melhor aquilo que ambicionamos e podemos fazer com uma revista como a Derivas. Interessa-nos menos, hoje, uma publicação indexada e orientada por critérios definidos por plataformas de indexação; interessa-nos mais uma revista que seja sempre o resultado de um trabalho feito a várias mãos, nas suas diferentes dimensões.

É por isso que a atual equipa editorial gostaria de intensificar e assumir a relação com o Programa Doutoral em Educação Artística, abrindo e potenciando trabalho entre os grupos deste doutoramento, no Porto e em Lisboa. O presente número, à semelhança de dois números anteriores, resulta de edição coletiva por estudantes e docentes, sobretudo no âmbito de desafios lançados na Unidade Curricular de Seminário de Escrita Científica. Este Seminário, que abre o segundo ano curricular do Programa Doutoral, assume-se como um laboratório de escrita, em que de um projeto se procura chegar a um problema mais pequeno da investigação. Os textos aí gerados passam por vários olhos e mãos e vão-se construindo no compromisso assumido de relação com a escrita de outra pessoa. É um intervalo de tempo que passa rápido demais e que obriga a estender o trabalho de crítica, de comentário, de reescrita, de edição por mais semanas. No final, surgem números como o que se apresenta nesta edição.

Assumir uma lógica mais interna permite-nos criar ritmos de trabalho próprios de cada grupo, mas também dar a conhecer o trabalho que vai sendo realizado no âmbito do Doutoramento em Educação Artística. Esta vocação mais ‘familiar’ da Derivas, não se quer, contudo, fechar em si. Por essa razão, imaginamos poder estabelecer relação com pessoas investigadoras e estudantes de outras Universidades cujo trabalho no campo da educação artística possa também vir a habitar as páginas da revista.

Decidimos acabar com uma comissão científica, que antes era constituída por pessoas da academia, a nível internacional, que aceitaram com boa vontade compor essa comissão. Agradecemos a confiança que essas pessoas depositaram na revista. Ao olharmos para essa comissão, hoje, temos a ideia de que ela espelha um formato que inicialmente se ambicionou para a Derivas, mais por réplica de modelos normalizados na academia, do que por um pensamento construído a partir de dentro. Escrever isto não deixa de ser arriscado, porque poderá implicar uma certa visão ‘não científica’ ou ‘não rigorosa’ desta publicação. Não é assim, no entanto, que olhamos para esta tomada de decisão. Pelo contrário, ela implica a responsabilidade de juntes criarmos critérios de publicação, revermos de forma partilhada e discutirmos cada um dos textos que aparece nas páginas desta revista, número a número, assumindo a proximidade com aquilo que é o trabalho produzido no âmbito de investigação num doutoramento.

A relação com a unidade curricular de Seminário de Escrita Científica irá manter-se, esperando poder lançar, anualmente, um número dedicado às escritas aí produzidas. Para além disso, a equipa editorial está aberta à receção de propostas para organização de números temáticos. Como dissemos, cada número será um número com os mesmos ou outros desafios, e com políticas de trabalho a negociar e definir com cada equipa de trabalho. Em termos de paginação e design da revista, contamos com o apoio institucional que nos tem sido dado pelo i2ADS – Instituto de Investigação em Arte, Design e Sociedade, mas, à semelhança do que já aconteceu no passado, diferentes números poderão implicar que também o design da revista fica a cargo dos grupos envolvidos. Gostamos de pensar que, numa publicação, nenhum aspeto pode ficar de fora de um pensamento sobre a sua própria construção, e o design também não. À Joana Lourencinho Carneiro, agradecemos uma vez mais a colaboração na paginação do presente número.

Por fim, o agradecimento final vai para a equipa editorial convidada da Derivas #7, Melina Scheuermann, Luana Andrade, Rosinda Casais, Filipe Vagos, Marcela Pedersen e André Alves.

Sobre Derivas

A revista Derivas é uma publicação de carácter semestral dos programas de Pós-Graduação em Educação Artística da Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto e do Núcleo de Educação Artística do i2ADS – Instituto de Investigação em Arte, Design e Sociedade. O objectivo é publicar artigos inéditos, sujeitos a revisão cega por pares, possibilitando um espaço de divulgação de investigação em educação artística. Pretende-se criar um espaço de confronto de perspectivas, que contribua para a problematização e para o debate das tensões existentes nesta área. A revista é aberta à participação de investigadores, de mestrandos e doutorandos e a profissionais ligados à educação artística num sentido abrangente.