Marcela Pedersen
Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto
Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto
Nascida em Rio Claro, interior de São Paulo (Brasil), é doutoranda em Educação Artística pela Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto, bolsista de doutoramento pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia (Ref.: 2022.10957.BD) e investigadora integrada não doutorada no i2ADS. Seus interesses e práticas investigativas abrangem o campo de mediação e educação artística, por meio de perspectivas anticoloniais, antirracistas, antidiscriminatórias e críticas à branquitude. Possui mestrado em Ciências da Educação pela Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação (FPCEUP) e licenciatura em Educação Física pela Universidade Estadual Paulista (UNESP-Brasil).
Título da tese
Como pode a educação artística reparar a história colonial? Um estudo a partir das práticas educativas do Programa de Incursão à Galeria (ping!)
Referência FCT
2022.10957.BD
Resumo
Este projeto se insere na necessidade de um pensar-fazer no campo da mediação e da arte-educação em instituições artísticas e culturais que estejam alinhadas às atuais demandas por políticas reparadoras. O estudo concentra-se no acompanhamento do caso específico do “Programa de Incursão à Galeria (ping!)”, da Galeria Municipal do Porto (GMP), um programa de pensamento e mediação educativa que, desde 2021, se dedica a explorar, teoricamente e na prática, seu lugar de ação e fala, desenterrando visões e rastros históricos. Em suas atividades, o ping! propõe revisitar criticamente a Primeira Exposição Colonial Portuguesa (1934), realizada onde hoje se encontra a GMP. Essa exposição foi uma estratégia colonial de promoção do Império Português, legitimando a considerada “missão civilizadora” e perpetuando estereótipos com visões primitivistas e exotizadas de Outrem. Dentre suas atividades mais violentas, incluiu um “zoológico humano” com a participação de 324 pessoas trazidas das colônias portuguesas sob falsas promessas. Este estudo busca compreender como o ping! resgata a memória desse evento, abordando temas como colonialismo, escravidão, branquitude e racismo, e como pode confrontar as lógicas coloniais ainda latentes em nossa sociedade, que sustentam sistemas de exclusão, racialização e desumanização. Interessa-me investigar as provocações e reflexões que o conhecimento produzido no interior do trabalho educativo do ping! tem sobre o campo da mediação e da arte-educação em instituições artísticas e culturais, questionando: de que forma a educação artística pode atuar como meio reparador da história colonial? As inquietações despertadas pelo acompanhamento das ações do ping!, bem como a reflexão a partir do meu lugar de fala, têm me levado a desenvolver formações antirracistas para professores e mediadores. Nessas formações, procuro construir uma rede de materiais e estratégias voltados para uma criação antirracista no campo da Arte-Educação, com especial foco na reflexão e crítica à branquitude.
Orientação
Cat Martins (orientação) e Samuel Guimarães (co-orientação)
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