Adélia Santos Costa
Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto
investigadora colaboradora
Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto
investigadora colaboradora
n. 1989, Portugal | Vive e trabalha no Porto | Adélia Santos Costa é Artista Plástica, Bolseira da Fundação para a Ciência e Tecnologia e Investigadora no i2ADS – Instituto de Investigação em Arte, Design e Sociedade. Licenciada em Artes Plásticas – Multimédia (2012) e Mestre em Arte e Design para o Espaço Público (2015) pela Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto. A sua tese de mestrado ‘O Scripto-Monumento como instauração poética e utópica – A monumentalidade na era da desmaterialização da arte’, abordou a problemática do monumento como dispositivo de inscrição do ser humano, mediante a criação de intervenções artísticas no espaço público que privilegiassem a inclusão social a partir de processos de majoração e intensificação de mensagens escritas passíveis de se elevar à condição monumental. Neste projecto, colaborou com a Câmara do Porto, num projecto associado ao Jardim do Carregal (2014); o Hospital São João do Porto e sua comunidade hospitalar (2015); a Casa da Música no âmbito das Comemorações dos 10 anos da Casa da Música (2015); e com a comunidade de São Pedro da Afurada (2015). Desenvolve presentemente uma investigação e prática artística no âmbito de Doutoramento em Artes Plásticas. A sua prática é marcada por uma investigação interdisciplinar que equaciona a escrita como monumento enquanto potência relacional, performativa e inclusiva enquadrada na Arte no Espaço Público, numa perspectiva crítica, teórica, artística e ética. Em projectos recentes, foi seleccionada para o programa ‘Visiting Student’ na Chelsea College of Arts da University of Arts London. Sob a orientação da crítica, teórica e historiadora de arte Dr. Jo Melvin, desenvolveu um projecto investigativo em torno da palavra escrita inefável no monumento, tendo ainda contactado com espaços e instituições de relevo como Chelsea Library Special Collections, University Archives and Special Collections Centre da London College of Communication e Central Saint Martins College of Art, o que lhe permitiu explorar ainda mais o tema da sua investigação. Teve também oportunidade de contactar com artistas do panorama artístico internacional. O seu trabalho artístico tem vindo a ser apresentado em diversos formatos, nomeadamente em exposições colectivas e individuais em instituições, museus e galerias no Porto, Foz Côa, Vila Nova de Cerveira, Vila Nova de Gaia, Braga, Guimarães e Londres. De igual modo, participa regularmente como oradora em seminários e colóquios, contribuindo para publicações de artigos, ensaios, catálogos de exposição e projectos gráficos. Foi convidada a realizar investigação (a partir de Portugal) no contexto dos ‘Encontros de Raymond Abellio’ e nos quais participou no ‘II Colóquio Internacional de Arte e Conhecimento: Investigação a partir de Raymond Abellio’ (2016), assim como no ‘Colóquio de Arte Pública na Era da Criatividade Digital’, promovido pela Universidade Católica do Porto (2017). Participou também com apresentações orais nas ‘II Conversations on Artistic Research’ (2019) e no ‘IV Encontro Internacional de Reflexão sobre Práticas Artísticas Comunitárias (2021). A par da sua investigação artística, também produziu e realizou intervenções artísticas e performances no espaço público. Tem desenvolvido uma carreira artística e investigativa ininterrupta desde 2010. Salientam-se projectos com as seguintes instituições: Casa da Prelada (Porto), Museu da Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto (Porto), Art Map (Braga), Body + City (Porto), Bienais (Vila Nova de Cerveira e Vila Nova de Gaia), Gnoc Gnoc (Guimarães), Galeria Painel (Porto), Goldsmiths Gallery (Londres), Palacete Pinto Leite (Porto), Fundação da Juventude (Porto), Laboratório das Artes (Guimarães Capital da Cultura), entre outros. Presentemente, encontra-se a trabalhar num projecto colaborativo com o Memorial Fronteira da Paz: Memorial aos Refugiados e ao Cônsul Aristides Sousa Mendes, em Vilar Formoso, no âmbito da sua investigação de Doutoramento, com o apoio da FCT.
Título da tese
Scripto-Monumento: A palavra escrita como encontro e reencenação na prática artística – análise e experimentação a partir de memoriais
Referência FCT
2021.04791.BD
Resumo
Nas últimas décadas, os memoriais e contra-monumentos emergiram como formas críticas de evocação e reencenação da memória no espaço público. Estas práticas, opondo-se à lógica evocativa e comemorativa do monumento, criaram também novos usos da linguagem recorrendo à epígrafe como dispositivo performativo e relacional. O projecto explora a significação da escrita no monumento com foco no uso da palavra como estratégia performativa relacional em memoriais, monumentos e contra-monumentos associados a conflitos e traumas colectivos, em particular os que se relacionam com o Holocausto, tendo como base o Memorial Fronteira da Paz, em Vilar Formoso, e monumentos congéneres europeus. Recorrendo a uma investigação baseada numa prática artística, a tese analisa e experimenta novos modos relacionais da escrita e da apreensão da epígrafe no espaço público, explorando o seu potencial crítico de encontro e reencenação a partir de uma escrita performativa capaz de criar a realidade que ela nomeia.
Orientação
Paulo Almeida (orientação) e Emílio Remelhe (co-orientação)
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