A cultura da “matchundadi” contribui para a consolidação rígida de estruturas políticas hipermasculinizadas com um forte impacto na vida das pessoas e da participação política contemporâneas. Passando pelas representações tradicionais da masculinidade (“matchu-étnico”), da sociedade colonial (“matchu-urbano”) e da luta de libertação nacional (“matchu-combatente”), a autora propõe uma órbita singular para pensar as dimensões da guerra, da colonialidade, da festa e do protesto na Guiné-Bissau.
Leituras Feministas é um grupo de estudo do i2ADS-FBAUP que cruza o fazer artístico com metodologias feministas e decoloniais. O grupo debate temas como a visibilidade de práticas artísticas feministas, minoritárias e o impacto da recuperação dessas práticas pela teoria e história da arte; as diferenças como impulsionadoras da prática e leitura da arte e cultura; as práticas pessoais e políticas no campo expandido, arte, performance e vida; e finalmente práticas de cuidado, responsabilidade e responsabilização.
A participação é gratuita, sujeita a lotação presencial de 30 pessoas no Auditório do Pavilhão Sul da FBAUP, sem restrição de lotação na plataforma online.
Moderação
Grupo de Estudo Leituras Feministas
Organização
i2ADS em colaboração com a editora do livro – Teatro Praga / editora Sistema Solar
_
Joacine Katar Moreira é deputada portuguesa, feminista negra interseccional e ativista anti-racista. Nasceu na Guiné-Bissau em 1982, no seio de uma família guineense e cabo-verdiana, tendo imigrado para Portugal com 8 anos de idade. É licenciada em História Moderna e Contemporânea, mestre em Estudos do Desenvolvimento e doutorada em Estudos Africanos pelo ISCTE – Instituto Universitário de Lisboa. As suas áreas de estudo e de intervenção são os Estudos do Desenvolvimento, Estudos de Género, violência, política e movimentos sociais. Mentora e fundadora do INMUNE — Instituto da Mulher Negra em Portugal, criado em 2018 para lutar contra a invisibilização e o silenciamento da mulher negra na sociedade portuguesa, tem participado ativamente no debate público sobre o Colonialismo e a Escravatura em Portugal, fazendo parte de diversos grupos de trabalho e de reflexão nacionais e internacionais.