Pretende-se refletir sobre as práticas artísticas e subjetividades contra-hegemônicas atravessadas pela experiência do corpo – racializado, queer, diaspórico – bem como o diálogo que traçam com as fissuras da urbanidade. Através de Aparições de Tuca Malungo (um conceito prática decolonial que problematiza a performance art no campo das artes visuais), o artista tem produzido narrativas potentes que rasuram territorialidades e tensionam o espaço urbano, abordando questões como a ancestralidade, meio ambiente e o trauma colonial.
A urbe é campo de disputa de corpos autorizados e não-autorizados à plena fruição da vida, e o colonialismo produziu marcas indeléveis na estrutura social, tendo o racismo estrutural como uma de suas facetas que se manifestaram em violências ancestrais, invisibilização e silenciamentos que reverberam em corpos/territórios contemporâneos Nesse sentido, o artista reflete sobre as marcas da cidade no seu corpo e propõem novas corpografias (cartografias da vida urbana com e no corpo) que, através das aparições, visam enegrecer e encantar a cidade, evidenciar aquilo que estava oculto, rememorar dívidas históricas e produzir políticas de existência em busca da cura do corpo/território ancestral violentado.
O simpósio será composto pela aparição “Seus ancestrais usaram máscaras? O que você vê quando me vê?”, uma performance coletiva que iniciará no jardim da FBAUP, às 17h30. As pessoas poderão baixar o aplicativo e colaborar com a corpografia do caminhar com Tuca Malungo pela cidade, o encerramento será na Aula Magna da FBAUP. Na sequência, será apresentado a vídeo performance “O Tigre e o Rio (in)visível: um manifesto de afeto” realizada no Brasil seguido por uma roda de conversa com o artista e mediação de Bia Petrus.