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Produção Artística, Processos e Estudos TecnológicosA investigação em arte tem o objectivo, não só de tornar mais nítida a consistência teórica da prática artística, como a de tornar a obra de arte mais polissémica. Contudo, a investigação artística não parece ser igual a criação em arte, justamente porque o método (da investigação) é aparentemente diverso do processo (da criação). Se da criação depende o objecto, da investigação depende uma especulação sobre os contextos desse mesmo objecto. Não só a criação e a prática artísticas são a substância e o sentido da investigação, como a mesma investigação enquanto caminho de processo e de método é potencialmente fundadora de uma prática artística que encontra no pensar o sentido do fazer, e neste o do pensar. Por esta razão a investigação não se sabe como caminho prévio – a investigação que se faz em contexto artístico acompanha o interior da acção de arte, e com ele se confunde. De tal maneira que investigação e criação, em arte, pode muito bem ser a mesma coisa.
A metodologia da investigação em arte, no limite, parece replicar o processo da criação em arte, isto é, o método acrescentar-se-á ao processo em organização, sistematicidade e reflexão.
A metodologia da investigação em arte pretenderá, em consequência, desconstruir o processo atribuindo sentido ao sensível. Deste modo, a investigação em arte explica e não explica: explica o que se situa fora dos territórios da arte, mas não explica o território propriamente dito que se situa no seu interior. Por isso, investigar em arte é investigar enquanto (uma) possibilidade de aproximação especulativa e que permite uma consciência pertinente do objecto pictural: do objecto produzido, e ou do objecto a produzir. A arte, tanto em estado de teoria como em estado de prática, é o como se faz, mas também é o como se pensa. Teoria que se propõe como ideologia. Prática que se expõe como objecto. A investigação (em arte), tanto em estado de prática como em estado de teoria, é o como se organiza, mas também é o como se dá a conhecer. Neste âmbito, a investigação em arte é, no limite, o exercício de fazer falar a arte, que sintetiza o que interessa e o que é importante para a arte. Pelo que, se a arte faz-se pensando e pensa-se fazendo, a investigação faz-se sistematizando e sistematiza-se fazendo, ou: 1) é possível a criação artística ser o mesmo que investigação em arte?; 2) é possível haver investigação sem criação?; 3) é possível haver criação sem investigação?; 4) é possível a obra e o discurso da obra serem simultaneamente investigação e (ou) criação?
Investigador responsável
António Quadros Ferreira
Equipa
Ana Pais Oliveira, Bernardo Pinto de Almeida, Domènec Corbella Llobet, Domingos Loureiro, Francisco Laranjo, Hugo Ferrão, Isabel Sabino, João Sousa Cardoso, Mário Bismarck, Paulo Luís Almeida, Ricardo Leite, Sofia Torres, M. Victoria Sánchez-Giner, Teresa Almeida