Ground LAB

O projeto nasce da consciência da perda imaterial de conhecimento sobre o fazer. Diversas tecnologias, ferramentas e processos, têm sido votados ao abandono e esquecimento, por vezes definitivo, assente numa visão de velocidade e progressão tecnológica que suprime o conhecimento anterior. Assenta, ainda, na condição que a investigação e prática artísticas são território favorável para a introdução ou reintrodução tecnológica, como ferramenta que pode potenciar recuperação e eventualmente inovação no uso, aplicação e interpretação.

O território será a base do laboratório, como espaço de introdução primordial das matérias, mas também dos procedimentos técnicos e simbólicos que lhe estão associados. O projeto compreende ainda uma dupla condição: o envolvimento de equipas de investigação transdiciplinares e de diferentes graus, e a relação contínua entre a pesquisa, reconstrução e implementação pela arte, como princípios geradores de uma recolha, reconstrução, recondução e aplicação de tecnologias, ferramentas, procedimentos ou matérias.

Desta forma, o Ground LAB centra-se no desenvolvimento de pesquisas em diferentes áreas de atuação, desde a gravura, à escultura, à pintura, à cerâmica, ao vidro, ao têxtil, e, à ilustração, atuando ainda com áreas como a botânica, a química, a engenharia, a arquitetura, entre outras.
A equipa será composta por investigadores de diferentes ciclos dividindo-se em grupos de investigação que trabalham a partir de propostas concretas, iniciando com um processo de arqueologia tecnológica, reconduzindo-a posteriormente para usos poéticos e artísticos em áreas distintas daqueles de onde se extraem, promovendo novas perspetivas, implicações práticas e recondução de saber fazer.

Ground LAB assume a importância do saber fazer como território central da prática artística, envolvendo e promovendo o conhecimento pela experimentação laboratorial. Simultanemante potencia a revisitação de um conhecimento que se vai perdendo, registando-o e testando-o como forma de conhecimento teórico e empírico, em contextos transdiscilinares e e intergeracionais.

O projeto pretende albergar investigações financiadas ou não pela FCT ou similares, bem como acolher propostas individuais ou de coletividades que se enquadrem nos propósitos do projeto.