Tânia Cortez
Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto
estudante de doutoramento // bolseira FCT
Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto
estudante de doutoramento // bolseira FCT
Tânia Guimarães Cortez. É doutoranda do “Programa de Doutoramento en Creación e Investigación en Arte Contemporánea” da Universidade de Vigo, mestre em “Crítica de Arte e Arquitectura” pela Universidade de Coimbra e licenciada em “Artes Plásticas – Pintura” pela Faculdade de Belas Artes pela Universidade do Porto. Expõe regularmente desde 2001. Destacam-se as exposições individuais mais recentes: apresentou em 2019, “Zarpar”, no Atelier Logicofobista, no Porto (PT) e em 2016, “Mar-Morto-Serra-Corpo”, no Bar Irreal do Atelier Real, em Lisboa (PT). A sua prática artística procura recursos no vasto campo da pintura contemporânea e deseja convictamente inserir-se no domínio do sensível, assumindo a materialidade e a plasticidade do médium. Na obra visa reflectir as suas coordenadas territoriais e temporais. Tânia Cortez procura ainda desenvolver reflexão sobre arte. Nomeiam-se os mais recentes artigos publicados. Em Março de 2021, em co-autoria, na “Arte, Individuo y Sociedad” da Universidade Complutense de Madrid (ES) e em Dezembro de 2020 na “VIS” da Universidade de Brasília (BR). Participa ainda em diversos eventos de discussão e de divulgação artística , como observadora e organizadora. Destacam-se as Jornadas Internacionais de Arte Pública, CIEBA-FBAUL, em 2014, as Unneeded Conversations, i2ADS, em 2012 , assim como as actividades de programação e curadoria desenvolvidas em parceria com o Centro de Arte de São João da Madeira, até 2009. É investigadora colaboradora do i2ADS e actua na área de Humanidades com ênfase em Arte Contemporânea – investigação e prática.
Título da tese
A Fuga à representação e a validação do periférico – A inesgotabilidade dos recursos da arte
Referência FCT
2021.05023.BD
Resumo
O projecto de investigação que aqui se apresenta visa aprofundar o estudo sobre os paradigmas da arte, ponderando a possibilidade de estes revelarem a tensa oposição que os antecede. Entende-se ser provável que os actuais pressupostos artísticos denunciem – em simultâneo – a distância ao modelo anteriormente vigente e a aproximação à sua antítese. Seria assim possível, através de uma observação atenta, averiguar a filiação formal e conceptual de parte dos recursos da arte. Trata-se de uma proposta que se quer enquadrada numa visão dialética da história, e que concebe o percurso da arte em permanente antagonismo e transitoriedade. Sobre a modernidade e a contemporaneidade, pretende estudar-se a distância ao referente clássico-aristotélico – a ruptura com a representação (1) tal como a entende J. Rancière – e verificar-se a elevação de interesse nas intenções e formas imagéticas que historicamente se lhe opuseram. Sugere-se que outros modelos de construção imagética – porque distantes no território e divergentes na convicção – tenham estado sob a dominação do cânone helénico, primeiro como consequência da ocupação latina e depois como resultado das suas reiteradas recuperações culturais. A criação artística do extremo ocidental da Europa poderá ser disto paradigmática. Às vezes de forma declarada, outras vezes subliminar, o território aparenta conceber, construir e receber imagens de modo particular. As intenções plásticas e formais que caracterizam a criação de Portugal e Galiza – frequentemente desvalorizadas pela narrativa histórica – à luz da contemporaneidade poderão vir a encontrar especial aceitação. Procuraremos estudá-las desde a ancestralidade, integrando-as no que se entende ser a estética da negação. A investigação deverá ser capaz de avaliar estas possibilidades, promovendo a averiguação teórica e a experimentação prática.
(1) Interessa aqui citar Ranciére para esclarecer a afirmação: “Designo-o como representativo porquanto é a noção de representação ou de mimesis que organiza esta maneira de fazer, de ver e de julgar. Contudo, e uma vez mais, a mimesis não é a lei que submete as artes à similitude. Ela é a, antes de mais, uma dobra na distribuição das maneiras de fazer e das opções sociais que torna as artes visíveis; não é um procedimento artístico, mas um regime de visibilidade das artes.” in Estética Política, A Partilha do Sensível, Ranciére, Jacques, pág. 24, Dafne, Editora, Porto, 2010.
Orientação
Juan Carlos Meana Martínez (orientação) e Fernando José Pereira (co-orientação)
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