Rafael Campos
Instituto de Investigação em Arte, Design e Sociedade
Instituto de Investigação em Arte, Design e Sociedade
Rafael Campos, natural do Brasil, é mestre em arquitetura, performer e pesquisador, atuando entre os campos artísticos e acadêmicos. Formado em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade Estadual de Maringá (2007), é especialista em Construção de Obras Públicas pela Universidade Federal do Paraná (2010) e mestre em Arquitetura pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC – 2015). Atualmente, está em fase de doutoramento em Educação Artística pela Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto (FBAUP) como bolseiro da Fundação para Ciência e tecnologia (FCT – Ref 2023.04734.BD). Sua trajetória acadêmica inclui docência em várias instituições de ensino, como o Instituto Federal de Santa Catarina e a Universidade do Vale do Itajaí (UNIVALI), onde lecionou nos cursos de Arquitetura e Urbanismo, Engenharia Civil, Design de Interiores, além de cursos técnicos. Como pesquisador, atualmente integra o Instituto de Investigação em Arte, Design e Sociedade (I2ADS) da FBAUP e o grupo QUIASMA da UFSC, focado em estudos interdisciplinares sobre Corpo, Arquitetura e Cidade, com ênfase nas questões étnico-raciais e na produção urbana influenciada pela cultura negra. Fundou e coordenou o grupo Arquitetura e Cidades Saudáveis (2018 – 2020 – UNVALI) dedicado ao desenvolvimento de pesquisa e projetos para a comunidade de Balneário Camboriú e colaborou com o grupo ComunitÁreas (2020 – 2022 – UFSC), dedicado ao mapeamento de comunidades vulneráveis na área conurbada de Florianópolis. No campo artístico, Rafael desenvolve performances que exploram a relação entre corpo e cidade, abordando como corpos negros criam territórios de resistência ao racismo estrutural. Desde 2020, realiza as “Aparições de Tuca Malungo”, performances que foram realizadas entre Brasil e Portugal em festivais, simpósio e exposições. Realizou performances no Museu de Serralves (2023), Museu da Escola de Santa Catarina (2022) dentre outros. Como percussionista integra o Bloco Radical Batucada (2023 – atual) e no Bloco Africatarina (2022). Atuou como dançarino no Grupo Parafolclórico Fogança (2009-2013), no Coletivo Lundu (2022) e no Coletivo SamabAdois (2012-2015). Rafael participou de várias exposições artísticas com sua obra, destacando-se a exposição-concurso “Imagens que São Atos” no OPALA – Porto (janeiro a março de 2024) onde ganhou o prêmio de excelência pela foto-performance AFROnta dos Malungos, de autoria compartilhada com Igor Prado e Thaís Guimarães. Também participou da “Vozes da Paisagem” no Museu FBAUP (dezembro de 2023 a fevereiro de 2024), “Saudades e Utopias” na galeria Gandaia (2024), “Cidades Pós-Pandemia” (abril a maio de 2022) no Museu da Escola de Santa Catarina (2023). Como ativistas, Rafael é fundador e liderança do Quilombo Porto (2023- atual) coletivo independente, antirracista, auto-gerido de e para pessoas pretas residentes em Porto-PT. Fundador e liderança do NIBA – Núcleo de Imigrantes das Belas Artes (2023- atual) coletivo de estudantes internacionais da Universidade do Porto focado que acolhe as necessidades dos estudantes imigrantes através de práticas artísticas decoloniais, políticas e de escuta coletiva. Atualmente, Rafael Campos vive em Porto, Portugal, onde continua a expandir sua pesquisa e prática artística, sempre com o objetivo de integrar e desafiar os limites entre a arquitetura, a performance e a luta antirracista.
Título da tese
Corpografia de territórios negros em Brasil e Portugal: Os corpos nas cidades e as cidades no meu corpo
Referência FCT
2023.04734.BD
Resumo
A pesquisa contempla uma análise da relação entre corpo e cidade, especificamente da negritude e a criação de espaços públicos, tendo como objetivo geral promover uma investigação artística que desafie o racismo estrutural, as violências e os apagamentos impostos aos corpos/territórios negros. Através da Performance/Aparição construir-se-ão corpografias (cartografias com o e no corpo da e na cidade) que reflexiona como as espacialidades, afetos e expressões culturais constituem territórios negros físicos e existenciais. As narrativas visuais buscam promover a desalienação do Tigre ancestral Tuca Malungo assim como de locais com marcas de problemáticas sociais em Florianópolis (Rio da Bulha/Monte Serrat) e Porto (FBAUP, Rio das Carquejeiras, Monumento ao esforço colonizador). Realiza-se uma pesquisa multimétodos que problematiza os atravessamentos étnico raciais na memória da constituição urbana de modo dialético entre Brasil e Portugal, utilizando para isso aporte interdisciplinar da fenomenologia, antropologia, psicologia social, geografia, arte e estudos da forma urbana negra. Produziremos uma contra narrativa, uma prática científica/artística de resistência antirracista, que busca promover a superação do trauma colonial e promoção da justiça social.
Orientação
Cat Martins
Mais info