livro
Ah (…), Conceição das Crioulas, são Conceições das Crioulas, aqui, neste livro, se tem um pouco do muito, o que será lido nos textos, artigos e imagens são territórios imaginários, palpáveis, degustáveis e incansáveis da Partilha sobre as Artes, a Luta, os Saberes e os Sabores da Comunidade Quilombola de Conceição das Crioulas.
“(…) propor a descolonização material e epistemológica, é importante, na nossa perspectiva, trazer para o centro do debate a descolonização da subjetividade e da afetividade, historicamente reprimida, ignorada, considerada de menor importância ou mesmo ausente, tendo contribuído de forma determinante para negar ao afrodescendente a condição de ser humano e, consequentemente, os seus direitos humanos e civis”. (Luciana Falcão Lessa, Construção, subjetividade e inclusão social em contextos de marginalidade: a Irmandade da Boa Morte de São Gonçalo do Campo. In: Encontro e desencontros de lá e de cá do Atlântico. Mulheres Africanas e Afro-brasileiras em perspectiva de gênero. Godinho, Furtado (Org.), Salvador: EDUFBA, 2017.)
Poucas certezas se tem sobre essas questões todas de ser, de “soul” e do que foi ou será, mas o pouco, desse muito pouco que sei, do que sou, é que “(…) vou sendo como posso, jogando meu corpo no mundo, andando por todos os cantos, e pela lei natural dos encontros, eu deixo e recebo um tanto, e passo aos olhos nus ou vestidos de lunetas, passado, presente, participo sendo…(Mistério do Planeta, Novos Baianos, 1972)”, atravessado, (re)nascido ou (re)encontrado por aquelas bandas de Conceição das Crioulas, talvez assim, devidamente apresentado sem as formalidades de notinhas de rodapé, eu possa apresentar a Partilha sobre as Artes, a Luta, os Saberes e os Sabores da Comunidade Quilombola de Conceição das Crioulas.
Ah (…), Conceição das Crioulas, são Conceições das Crioulas, aqui, neste livro, se tem um pouco do muito, o que será lido nos textos, artigos e imagens são territórios imaginários, palpáveis, degustáveis e incansáveis da Partilha sobre as Artes, a Luta, os Saberes e os Sabores da Comunidade Quilombola de Conceição das Crioulas.
Há Conceição das Crioulas, comunidade quilombola, sertão central do Estado de Pernambuco, nordeste, Brasil, América do Sul, América Latina, Afro-ameríndia, Vilas, Sítios, Roças e (re)fazendas, seus tempos-territórios Em busca de outras formas de construir conhecimentos (Givânia Maria), em um Esforço de aprendizagem com as experiências vivenciadas com a Comunidade de Conceição das Crioulas, Brasil, PE (José Carlos Paiva), não esqueça de Saber da Resistência, Sabor da Resistência (Felipe Calheiros), e tenha um Encontro com Artes, a Luta, os Saberes, e os Sabores da Comunidade de Conceição das Crioulas (Flori, et al.), a partir destes textos, começa o caminho para começar a ser/entender e perceber Conceição das Crioulas.
Na Conceição das Crioulas, Vila União ou Centro, as escolas, a igreja, as praças, a casa da comunidade, a Associação Quilombola de Conceição das Crioulas (AQCC), o mercado, a lavandeira coletiva, o açude, a Fazenda Paus brancos, as aulas, a Fazenda Velha, o Boqueirão e o Sítio Mulungu em seus espaços-territórios, estão Compartilhando Conhecimentos (Maria da Penha), enquanto Quilombo tecendo o amanhã (Denilson Rosa), de lá o Encontro com o corpo, a dança e a comunidade de Conceição das Crioulas(Colares, et al.) se torna A Vereda: da metrópole ao quilombo (Juliana Polippo), enquanto as Vivências cartografadas em Conceição das Crioulas (Garcia, et. al.) se constituem em Memórias dentro de Casa (Lizandra Santos) ou Memórias cartográficas na comunidade quilombola de Conceição das Crioulas (Maria Betânia e Silva).
Lá em Conceição das Crioulas, Marias, Joãos, Penha, Antônios, Agostinhas, Barnabé, Franciscas, Moisés, Ritas, Vicentes, Givas, Márcios, Zélias, “Cem”, Márcias, Ticos, Lourdinhas, Tutas, Célcias, Adalmir, Fabianas, Edimilsons, Cidas “Lia”, Andrelinos, Aninhas, todxs Malunguinhxs, Dandaras, Zumbis, Iandaras, em trancelins históricos-territoriais dispostxs a entender O fim do começo, aprender com Crioulas Vídeo na discussão audiovisual comprometido, o feminismo e a comunidade quilombola (Rita Raínho), conversar sobre a Arte, Gênero e Sexualidade na Escola Estadual Quilombola Professora Rosa Doralinda Mendes (Maria das Vitórias Negreiros do Amaral e Fábio José Rodrigues Costa), passeando Sobre afetos, aprendizagem mútua e fagulhas 9contra hegemônicas: interlocuções entre a Universidade de Brasília e Conceição das Crioulas(Cristiane de Assis Portela e Mônica Celeida Rabelo Nogueira), já perto do final, deixar que as Trocas poéticas/ educativas no encontro com artes, a luta, os saberes e os sabores da comunidade quilombola de Conceição das Crioulas (Priscila Ferreira Agostinho), assim como que as Mulheres & Lutas & Olhares Relacionais (Madalena Zaccara), se apresentem enquanto Experiências estéticas em Conceição das Crioulas (Robson Xavier da Costa).
Vá à Conceição das Crioulas, “abre a porta e a janela, e vem ver o sol nascer … aí, aí , aí saudade, não venha me matar, eu ia lhe chamar …” (Preta pretinha, Novos Baianos, 1972), através das reflexões multidisciplinares ou indisciplinares para sentir o patrimônio material e imaterial, brincar na educação quilombola e “crioula”, dançar com as mulheres e os homens, trabalhar nos artesanatos e na agricultura orgânica, depois, uma imbuzada para refrescar, um manguzá para fortalece e Angu – Comida de casa e identidade alimentar quilombola (Milenna Gomes) para sair sabendo e Bordando muitos nós e pontos isolados: Investimentos afetivos para/na escuta do outro (Borre, et. al), constituindo lá em Conceição de Crioulas: fascínio, encontro, saber e potência para (re) existir! (Georgina Nunes).
Dá de muito em Conceição das Crioulas sábias, mestras, doutoras, educadoras, professoras, agricultoras, artesãs, associadas, benzedeiras, parteiras, guerreiras, cozinheiras, diretoras, pedagogas, futebolistas, coordenadoras que em seus saberes/fazeres/sabores soam enquanto “pífanos-territoriais” que digital/virtual(mente) surgem na crioulas vídeo, perto de TANKALÉ: Contar para todo mundo (Mariana Delgado, Luísa Magalhães e Isabeli Santiago), realizando, Aprendendo e Ensinando na Oficina de Vídeo (Tainara Oliveira Aguiar), sem esquecer a Juventude conectada: abraços, beijos, olhares, produção, despedidas e reencontros verdadeiros (Jocicleide “Keka” Valdeci de Oliveira).
“(…) para transmutar trago meus tambores, histórias e amores, com os ancestrais girando no ar, semente que brota cresce, vigora e fortifica, e recomeça sua trajetória, o presente mais à frente é nossa memória (…) dança, nessa ciranda de dimensões interconectadas, presente, passado, futuro, é, costumo achar o que procuro, futuro, presente, passado, acredite, tem sempre um guia do seu lado , passado, futuro, presente, xi…passado, futuro, presente, mizifi, acredite no que vê e mais ainda no que sente.” (No ar (Convocação), BNegão & Seletores de Frequência,2015).
Conceição das Crioulas, Ó Pá! Boas leituras, aventuras e gostosuras que expandem as mentes-territórios e as Identidades, conquistam os corpos-territórios, fazem lutas e lutos, alegrias, desafios e tristezas, assim como essa apresentação “fora de ordem”, é a vida que segue entre os passados, os presentes e os futuros que são A experiência do encontro e outros dispositivos de emergência (Luana Andrade Borre), permitindo a união Das periferias urbanas ao sertão pernambucano: (re)significando olhares na Comunidade Quilombola de Conceição das Crioulas (Stefany Lopes de Lima), alimentando-se Sobre a partilha, as trocas e os deslocamentos no Encontro em Conceição das Crioulas (Luísa Magalhães), para que no final se tenha O Livro (Maria Portela), para que afinal de contas, seja um contínuo por vir para abraçar xs amigxs, entre eles o Paiva, cozinhando lá em Conceição das Crioulas (Leão Lopes).
Eduardo Fernandes de Araújo
Recife, 08 de fevereiro de 2018 , o dia da vitória quilombola no STF.