Melina Scheuermann

Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto

estudante de doutoramento // bolseira FCT

Melina Scheuermann (ela/dela) é doutoranda em Educação Artística na Faculdade de Belas Artes e na Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade do Porto. Possui um mestrado em Estudos de Cinema pela University of Stockholm (Suécia) e um bacharelado em Estudos Culturais (principal) e Educação Estética-Arte-Mídia (secundário) pela University Bremen (Alemanha). Em sua pesquisa, Melina Scheuermann integra estudos de cultura visual, história visual da educação e educação artística com prática artística. Ela investiga as relações entre imagens e imaginários de “natureza” na história da educação, cruzando seu trabalho com estudos decoloniais, pós-coloniais e feministas na cultura visual. Tem interesse em metodologias baseadas nas artes, como a pesquisa arquivística, sempre vinculando essas práticas à pedagogia e à educação artística. Atualmente, Melina Scheuermann está associada ao Instituto de Investigação em Arte, Design e Sociedade (i2ADS), e sua pesquisa é financiada pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia (REF: 2022.12937.BD).

 

Título da tese
Desaprender a ‘natureza’ em tempos de crise ecológica: Desconstrução das imagens e imaginários da ‘natureza’ moderna-colonial em livros ilustrados de lições de coisas para crianças atráves impérios do século XIX e início do século XX

Referência FCT
2022.12937.BD

Resumo
Meu projeto integra investigações em cultura visual com a história visual da educação e da educação artística. Eu me proponho a estudar as imagens e os imaginários de uma noção moderna-colonial de ‘natureza’ que foram produzidos em livros ilustrados para crianças, utilizados no método de lições de coisas atráves impérios da Europa no final do século XIX e início do século XX. Estudo em particular duas séries de livros ilustrados: uma série do educador suíço Johann Staub (1875/6), que foi adaptada do alemão para o português em 1904/5, e vários volumes de uma série do educador e estudioso alemão Eduard Walther, publicados pela editora J.F. Schreiber entre 1873 e 1891. Através de uma análise do discurso visual e de uma prática performativo-arquivística que elaborei como parte desta tese, investigo as imagens dos livros ilustrados educacionais que (re)produzem ideias e formações discursivas visuais da ‘natureza’ moderna-colonial. Desaprender a ‘natureza’ significa questionar o conceito de ‘natureza’, uma vez que ele sustenta grande parte da teoria educacional e informa os materiais didáticos visuais, e investigar como tem informado, em sua construção binária moderna-colonial com a cultura, as relações hegemônicas entre humanos e o mais-que-humano, bem como a desumanização do “outro”. É também a partir do lugar de tentar desaprender que construo a plataforma online intitulada the archive that i imagine to unlearn the archive (pt. o arquivo que imagino para desaprender o arquivo; atualmente em processo; hospedado no Research Catalogue). O arquivo visará questionar lógicas e metodologias arquivísticas hegemônicas ao promover ativações situadas, plurais e criativas das imagens, através da minha prática performativo-arquivística. Derivado tanto dessa prática performativo-arquivística quanto da minha análise de cultura visual, produzirei um kit pedagógico que oferece estratégias pedagógicas e metodológicas para trabalhar em arquivos, particularmente com fontes visuais. O kit promoverá a literacia visual crítica e é baseado em educação anti-discriminatória e transformadora.

Orientação
Cat Martins

 

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